A INFORMAÇÃO A SERVIÇO DO CONHECIMENTO

sábado, 4 de maio de 2013

GLOSSARIO LINGUISTICO


GLOSSARIO LINGUISTICO

1- Se você tivesse que fazer uma gramática, quais tópicos colocaria nela?

Com certeza você volocaria conceitos, normas  que são imprescindíveis numa língua para melhor entendimento, e como deve se apresentar para estudos: prescritiva, normativa e descritiva, alem da objetividade e finalidade desta gramática.

2- Alomorfe – são s as variantes do morfema em função do contexto.
 3- Alofone - são as realizações de um fonema divididas na cadeia falada, de maneira  que nenhuma delas jamais aparece no mesmo contexto que outra.
 4- Aquisição da linguagem - processo ou resultado do aprendizado de um determinado aspecto da língua, e à língua como um todo.
 5- Arbitrariedade - Propriedade da linguagem humana segundo a qual as formas lingüísticas aparentemente não apresentam nenhuma correspondência física com as entidades do mundo real a que se referem
6 - Ciência: é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca verdades gerais ou a operação de leis gerais especialmente obtidas e testadas através do método científico

7- Competência lingüística - é o sistema de regras interiorizado pelos falantes formando  o seu saber lingüístico, pelo  qual são capazes de pronunciar ou de compreender sua língua.
8- Diacronia -  estudo da lingüística histórica  para designar a transmissão de uma língua, através do tempo, sofrendo transformações em todos os níveis, cujo conjunto constitui a evolução lingüística.

9 - Discurso - designa todo enunciado superior a uma frase, considerando o ponto de vista das regras de encadeamento das seqüências de frases.
10- fala-é a manifestação  externa e concretizada  da língua, é um ato individual .
   11-fonema - a unidade mínima do sistema de sons de uma língua.
   12-Fonética - Ciência que estuda as características  físicas dos sons da fala, os gestos corporais das línguas de sinais,e que fornece métodos para sua descrição, classificação e transcrição.
13- Fonologia - Ramo da Lingüística que estuda os sistemas de sons das línguas, ou seja, o fonema.
 14-Gramática descritiva - Estuda a descrição de uma língua na forma como ela é encontrada no aspecto falado e escrito.
   15 - Gramática gerativa - e uma teoria mentalista que estuda   a língua  como um sistema de princípios mentais,ou seja,seu principal foco é  o aspecto metal  da língua.
Conjunto de regras formais que projeta um conjunto finito de sentenças sobre o conjunto potencialmente infinito de sentenças que constituem a língua como um todo.
     16- Gramática - estuda a forma, a composição e todas as questões referentes a uma determinada Língua..
    17- Gramática universal - e o estado   inicial da faculdade  da linguagem,como parte de dotação genética da espécie humana,e portanto inato.
18- línguaé um sistema de valores, cujos elementos são signos,definidos pela diferença  que apresentam  em relação a outros signos,tornado assim, o produto  de um convenção  estabelecida  entre membros de um determinado grupo.
19- linguagem. – é um faculdade  humana, uma capacidade que os homens para produzir ,desenvolver,compreender a língua e outras manifestações simbólicas semelhantes à língua.
           19-LINGUÍSTICA APLICADA
Ramo da Lingüística que se interessa basicamente pela aplicação de teorias, métodos e descobertas lingüísticas na elucidação dos problemas de língua surgidos em outras áreas da experiência (Tradução e Ensino de Língua Estrangeira, entre outras).
          20-LINGUÍSTICA GERAL
Lingüística caracterizada pela aplicabilidade universal da teoria ou método lingüístico no estudo das línguas, englobando os conceitos teóricos, descritivos e comparativos.
21-  Linguística” pode ser definido como a ciência que estuda os fatos da linguagem.
          22- MORFEMA
Unidade mínima distintiva da gramática, e principal objeto de estudos da Morfologia.
           23- MORFOLOGIA
Ramo da Gramática que estuda a estrutura ou as formas das palavras, principalmente por meio de construções com morfemas.
24- PARADIGMA
Termo básico da Lingüística usado para o conjunto de relações que uma unidade lingüística tem com outras unidades em um contexto específico. Na Psicolingüística, o termo é usado com referência a uma classe de respostas associativas das pessoas ao ouvirem uma palavra de estímulo, ou seja, as respostas que recaem nas mesmas classes de palavras que o estímulo.

25- PRAGMÁTICA
Estudo da língua do ponto de vista dos usuários, em especial as escolhas feitas, as restrições encontradas ao usar a língua em interação social e o efeito de seu uso sobre outros participantes em um ato de comunicação.
26-PERFORMANCE LINGUISTICA
Competência-» é a capacidade que um indivíduo possui para compreender e produzir correctamente os símbolos que representam determinada realidade/conceito. Um indivíduo com competência linguística, dominará todo um conjunto de códigos que lhe permitirão quer compreender a mensagem quer transmiti-la.

Performance ou realização-» é a forma como o indivíduo consegue “mostrar” a sua competência linguística. À partida, se uma mensagem foi transmitida com sucesso, poderemos afirmar que o emissor teve uma boa desempenho/realização linguística.

26- Signo- unidades lingüísticas  que dão significados a alguma coisa , como palavras ou sentenças ou textos.
     27- SINTAGMA
Termo usado na análise gramatical com referência a um elemento ou estrutura com mais de uma palavra, mas sem a estrutura de sujeito-predicado típica das orações.

29-semiótica – estuda todas as manifestações  da faculdade da linguagem,através de analises feitas sobre a língua.


Fontes: http://macieldealmeida.blogspot.com.br/2009/02/glossario-de-linguistica.html
http://pt.shvoong.com/books/17

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

VERBOS


VERBOS
CONCEITO
Palavra variável (pessoa, tempo, número e modo) que exprime uma ação, um estado, um fenômeno.
a)A policial prendeu o assassino.
Quem pratica a ação?
A policial. Nesta oração o verbo prender, indica uma açao, praticada pelo sujeito policial.
b) Paula foi atropelada pelo ônibus.
Neste caso Paula sofreu uma ação; o verbo atropelar indica uma sofrida pelo sujeito (Paula)
c) O aluno estava feliz.
O verbo estar indica o estado que o aluno se encontra.
d) No Nordeste quase não chove.
O verbo chover indica um fenômeno da natureza.
Conjugações
Os verbos da língua portuguesa se agrupam em três conjugações, de conformidade com a terminação do infinitivo:
Infinitivo em AR - verbos de primeira conjugação (cantar, amar, procurar, etc.) Infinitivo em ER - verbos de segunda conjugação (correr, bater, ceder, etc.)
Infinitiva em IR - verbos de terceira conjugação (ir, possuir, agir, etc.)
Estrutura do verbo (radical + terminação)
O verbo possui uma base comum de significação que é chamada de RADICAL.
A esse radical se junta, em cada forma verbal, uma TERMINAÇÃO, da qual participa pelo menos um dos seguintes elementos:
Vogal temática (-a-, - e-, -i-, respectivamente para verbos de 1ª, 2ª e 3ª conjugação)
Exemplos
Cant-a
Beb-era
Sorr-ira
Desinência temporal (ou modo temporal) - indica o tempo e o modo:
canta (ausência de sufixo), cant-a-va, cant-a-ra
Desinência número-pessoal - identifica a pessoa e o número:
canta (ausência de desinência), cant-a-va-s (2ª pessoa singular), cant-á-ra- mos (1ª pessoa plural)
Todo o mecanismo da formação dos tempos simples repousa na combinação harmônica desses elementos flexivos com um determinado radical verbal. Muitas vezes, falta um deles, como, por exemplo:
VOGAL TEMÁTICA, no presente do subjuntivo e, em decorrência, nas formas do imperativo dele derivadas:
Exemplos
Cante
Cantes
Cante
Etc
DESINÊNCIA TEMPORAL, no presente e no pretérito perfeito do indicativo, bem como nas formas do imperativo derivadas do presente do indicativo:
Canto, cantas, canta etc.; cantei, cantaste, cantou etc.; canta (tu), cantai (vós);
DESINÊNCIA PESSOAL
a) na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo (canta);
b) na 1ª e na 3ª pessoa do singular do imperfeito (cantava), do mais-que-perfeito (cantara) e do futuro do pretérito (cantaria) do indicativo;
c) na 1ª e na 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo (cante), do imperfeito do subjuntivo (cantasse) e do futuro do subjuntivo (cantar);
d) na 1ª e na 3ª pessoa do infinitivo pessoal (cantar).


MODOS VERBAIS
Modo verbal é uma classificação dada a um verbo, que apresenta diferentes e diversas formas de um mesmo verbo. Possuem por classificação: modo, tempo, pessoa e número.
Tempo - O tempo é usado para indicar quando ocorreu a ação a qual o verbo se refere.
Presente - Indica o fato no momento em que se fala (ele dança).
Pretérito imperfeito - Indica um acontecimento que se prolongou ao longo do tempo com inicio e fim no passado (eu passeava).
Pretérito perfeito - Indica um acontecimento que se iniciou e terminou no passado durante pouco tempo (eu saí quase imediato).
Pretérito mais-que-perfeito - Indica um fato passado em relação a outro (ele conjugara).
Futuro do presente - Indica um fato que irá acontecer no futuro (eu viajarei).
Futuro do pretérito - Indica um futuro que ocorre no passado (ele viajaria )-uma coisa que poderia ter acontecido.
Pessoa - é a pessoa a quem se refere o verbo. Eu e nós pertencem à primeira, tu e vós/vocês a segunda e ele/ela, eles/elas à terceira.
Eu - (eu consigo) 1ª pessoa do singular
Tu - (tu consegues) 2ª pessoa do singular
Ele/Ela - (ele consegue) 3ª pessoa do singular
Nós - (nós conseguimos) 1ª pessoa do plural
Vós - (vós conseguis) / Vocês - (vocês conseguem) 2ª pessoa do plural
Eles/Elas - (eles conseguem) 3ª pessoa do plural
Número - Indica a quantidade de pessoas. Se são uma ou mais de uma.
Singular- Indica uma pessoa (eu estou).
Plural- Indica duas ou mais pessoas (eles estão)

FORMAS NOMINAIS DO VERBO
São chamadas formas nominais, porque podem desempenhar as funções próprias dos nomes (substantivos, adjetivos ou advérbio) e caracterizam-se por não indicarem nem o tempo nem o modo.
São elas: o INFINITIVO, o GERÚNDIO e o PARTICÍPIO.
- Infinitivo- exprime a idéia de ação e seu valor aproxima-se do substantivo:
"Navegar é preciso Viver não é preciso" (Fernando Pessoa)
Os verbos navegar e viver ocupa a função de um sujeito gramatical e por isso equivalem a um substantivo.
O infinitivo pode ser
Pessoal
Quando tem sujeito: É preciso vencermos esta etapa (sujeito: nós)
Impessoal
Quando não tem sujeito: Viver é aproveitar cada momento. (não há sujeito)
Gerúndio
Exprime um fato em desenvolvimento e exerce funções próprias do advérbio e do adjetivo:
O menino estava chorando. (função de adjetivo)
Pensando, encontra-se uma solução. (função de advérbio)
Particípio
Exerce as funções próprias de um adjetivo e por isso pode, em certos casos, flexionar-se em número e em gênero:
Terminado o ano letivo, os alunos viajaram.
Terminados os estudos, os alunos viajaram.
Tempo
O tempo verbal indica o momento em que acontece o fato expresso pelo verbo.
São três os tempos básicos: presente, passado (pretérito) e futuro, que expressam respectivamente, um fato ocorrido no momento em que se fala, antes do momento em que se fala e que poderá ocorrer após o momento em que se fala.
O presente é indivisível, mas o pretérito e o futuro subdividem-se no modo indicativo e no subjuntivo.
Indicativo
Presente;
Pretéritos; Pretérito Imperfeito: Pretérito Perfeito simples: Pretérito Perfeito composto: Pretérito Mais-que-perfeito simples: Pretérito Mais-que-perfeito composto:
Futuros:
Futuro do presente simples:
Futuro do presente composto:
Futuro do pretérito simples:
Futuro do pretérito composto:

Subjuntivo
Presente: Pretéritos; Pretérito Imperfeito; Pretérito Perfeito composto:Pretérito mais-que-perfeito.
Futuros
Futuro simples: Futuro composto:
Imperativo
Presente:
FORMAÇÃO DOS TEMPOS SIMPLES (PRIMITIVOS E DERIVADOS)
Quanto à formação dos tempos, estes se dividem em primitivos e derivados.
Primitivos
a) presente do indicativo
b) pretérito perfeito do indicativo
c) infinitivo impessoal
Derivados do Presente do Indicativo
Presente do subjuntivo
Imperativo afirmativo
Imperativo negativo
Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
Pretérito imperfeito do subjuntivo
Futuro do subjuntivo


Como podemos perceber, anteriormente, as flexões de Modo nos verbos, determinam as diversas atitudes da pessoa que fala com relação ao fato enunciado. São divididos em três: modo indicativo, Modo Subjuntivo e Modo Imperativo.
MODO INDICATIVO
MODO INDICATIVO: é um modo verbal que expressa uma certeza, um fato ou certo.
Uma atitude que expressa certeza com relação ao fato que aconteceu, que acontece ou que acontecerá, é característica do Modo Indicativo. Exemplos:
Ele trabalhou ontem.
Ela está em casa.
Nós iremos amanhã.
Todos os dias faço um bolo.
O MODO INDICATIVO
Exemplos
Marilena morava no morro da Babilônia.
TEMPOS VERBAIS
I-PRETÉRITO PERFEITO - Exprime ações concluídas no passado.
Ex: João acordou cedo.
Exemplo: (verbo temer)
Eu temi
Tu temeste (Portugal)
Você temeu (Brasil)
Ele/ela temeu
Nós tememos
Vós temestes (Portugal)
Vocês temeram (Brasil)
Eles/elas temeram
I-PRETÉRITO IMPERFEITO - Exprime ações que dão a ideia de não estarem concluídas no passado.
Exemplo: Ex: Ele estudava as lições quando foi interrompido
(verbo trancar)
Eu trancava
Vós trancavas
Ele/ela trancava
Nós trancávamos
Vós trancáveis
Eles/elas trancavam
Outros verbos:
Exemplo: (verbo dançar)
Eu dançava
TU dançavas
Ele/ela dançava
Nós dançávamos
Vós dançais
Eles/elas dançavam
II - PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
Exprime ações concluídas há muito tempo no passado.
Exemplo: (verbo ser)
Eu fora
Tu foras
Ele/ela fora
Nós fôramos
Vós fôreis
Eles/elas foram
III- FUTURO DO PRETÉRITO – Exprime ações que iriam acontecer, mas não vão mais.
Exemplo: (verbo colocar)
Eu colocaria
Tu colocarias
Ele/ela colocaria
Nós colocaríamos
Vós colocareis
Eles/elas colocariam
IV-FUTURO DO PRESENTE – indica uma ação que acontecerá num futuro próximo.
Exemplo: (verbo colocar)
Eu colocarei
Tu colocarás
Ele colocará
Nós colocaremos
Vós colocareis
Eles colocarão


MODO SUBJUNTIVO

Revela um fato duvidoso, incerto. Ou seja, que revela uma incerteza, uma dúvida ou uma hipótese é característica do Modo Subjuntivo (ou Conjuntivo).
Exemplos:
Se eu trabalhasse mais, ganharia mais dinheiro.
Quando eu partir, talvez sentirás minha falta.
Se ele me amasse estaríamos juntos.
Talvez elas cheguem logo.
I - PRESENTE - Emprega-se o presente do subjuntivo para assinalar:
a)Um fato presente, mas duvidoso ou incerto, um desejo ou um sentimento.
Talvez eles façam tudo aquilo que nós pedimos.
Talvez ele saiba sobre o que está falando.
b)Um fato futuro, mas duvidoso ou incerto
Talvez eles venham amanhã.
c)Um desejo ou uma vontade
Espero que eles façam o serviço corretamente.
Espero que me tragam o dinheiro
II - PRETÉRITO IMPERFEITO - Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para assinalar:
a) Uma hipótese ou uma condição numa ação passada, mas posterior e dependente de outra ação passada.
1. "Talvez a lágrima subisse do coração à pupila…" (Coelho Neto, Sertão)
2. "Como fizesse bom tempo, as senhoras combinaram em tomar o café na chácara." (Aluísio Azevedo, Casa de Pensão)
3. "Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
4. Estou hoje vencido, como se estivesse para morrer." (Fernando Pessoa, Tabacaria - Álvaro de Campos)
b)uma condição contra factual, ou seja, que não se verifica na realidade, que teria uma certa consequência; pode se referir ao passado, ao presente ou ao futuro.
1. Se ele estivesse aqui ontem, poderia ter ajudado.
2. Se ele estivesse aqui agora, poderia ajudar.
3. Se ele viesse amanhã, poderia ajudar.
III –FUTURO - Emprega-se o futuro do subjuntivo para assinalar uma possibilidade a ser concluída em relação a um fato no futuro, uma ação vindoura, mas condicional a outra ação também futura.
1. Quando eu voltar, saberei o que fazer.
2. Quando os sinos badalarem nove horas, voltarei para casa.
a) Também pode indicar uma condição incerta, presente ou futura.
1. Se ele estiver lá amanhã, certamente ela também estará.
b)É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo simples e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples. Por exemplo:
1. Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 km.
IV-PRETÉRITO PERFEITO - Emprega o passado com relação a um futuro certo.
a)Caso eu tenha sido escolhido, ficarei muito feliz.
V - PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO -Formado pelo imperfeito do subjuntivo do verbo auxiliar (ter, haver) mais o particípio do verbo principal
Tem valor semelhante ao Imperfeito do subjuntivo.
Ex: Eu teria caminhado todos os dias desse ano, se não tivesse trabalhado tanto.
Eu teria viajado se não tivesse chovido.
Condições obrigatórias
• Duas orações, sendo uma principal e a outra dependente -- ou subordinada: o subjuntivo só é usado na dependente. • Verbo principal em um desses modos: presente simples ou composto (tenho pensado) e futuro (pensarei/vou pensar)

Verbos irregulares no modo subjuntivo: ser, estar, saber, querer, ir, dar, haver
Que... Ser Estar Haver Saber Querer Dar Ir
Seja Esteja Haja Saiba Queiro Dê Vá
Sejas Estejas Hajas Saibas Queiras Dês Vás

Ele/Ela também, Seja, Esteja, Haja, Saiba, Queira, Dê, Vá.
Nós Sejamos, Estejamos, Hajamos, Saibamos, Queiramos, Demos, Vamos.
Vós Sejais, Estejais, Hajam, Saibais, Queirais, Deem, Vais.
Eles/Elas Sejam,Estejam, Hajam,Saibam, Queiram, Deem ,Vão
Conectivos do subjuntivo;
Caso, Embora, Tomara, A fim de que, Para que, Antes que, Contanto que, Sem que, Ainda que, Mesmo que, inté que, Desde que.
Obs.: Perceba que todas as frases remetem a ação para o passado. A frase: Se eu estudasse, aprenderia; é diferente de Se eu tivesse estudado, teria aprendido.
IMPERATIVO

Modo imperativo - Exprime uma atitude de solicitação, mando. É formado por afirmativo e negativo.
Este modo verbal não possui a primeira pessoa do singular (eu), pois não podemos mandar em nós mesmos.
Uma atitude que expressa uma ordem, um pedido, um conselho, uma vontade ou um desejo é característica do Modo Imperativo. Exemplo: Faça isto, agora! Com relação ao Tempo, podemos expressar um fato basicamente de três maneiras diferentes:
No presente: significa que o fato está acontecendo relativamente ao momento em que se fala;
No pretérito: significa que o fato já aconteceu relativamente ao momento em que se fala;
No futuro: significa que o fato ainda irá acontecer relativamente ao momento em que se fala.
Entretanto, as possibilidades de se localizar um processo no tempo podem ser ampliadas de acordo com as necessidades da pessoa que fala ou que relata um evento. Neste contexto, a língua portuguesa oferece-nos as seguintes possibilidades para combinarmos modos e tempo
Exemplo
Parcele sua compra!
Faça sua tarefa!
Lave a louça!
Escove os dentes!
Compre aqui e ganhe um brinde!
FORMAÇÃO DO MODO IMPERATIVO
No imperativo, não existe a primeira pessoa do singular (eu). Os pronomes posicionam-se depois dos verbos conjugados.
Afirmativo =Tu ou Vós: usa-se o verbo conjugado nas segundas pessoas do singular e plural, respectivamente, do presente do indicativo cortando-se a letra s.
Exemplo 1: Corre (tu) até lá.
Exemplo 2: Falai (vós) isto.
Você ou Vocês: usa-se o verbo conjugado nas terceiras pessoas do singular, em Você, e no plural, em Vocês, do presente do subjuntivo. Nunca se corta a letra s.
Exemplo 1: Corra (você) até lá.
Exemplo 2: Falem (vocês) isso.
Nós: usa-se o verbo conjugado na primeira pessoa do singular do presente do subjuntivo. Não se corta a letra s.
“Exemplo 1: Façamos o Bem aos outros.”
NEGATIVO
Tu ou Vós: usa-se o verbo conjugado nas segundas pessoas do singular e plural, respectivamente, do presente do subjuntivo, não se corta o s.
Exemplo 1: Não corras (tu) até lá.
Exemplo 2: Não falais (vós) isso.
Você ou Vocês: usa-se o verbo conjugado nas terceiras pessoas do singular, em Você, e do plural, em Vocês, do presente do subjuntivo.
Exemplo 1: Não corra (você) até lá.
Exemplo 2: Não falem (vocês) isso.
EXEMPLOS DE CONJUGAÇÕES NO IMPERATIVO
1-Verbo amar no Imperativo afirmativo:
Ama tu Corre tu
Ame você Corre você
Amemos nós Corremos nós
Amai vós Correis vós
Amem vocês Correm vocês.
2-Verbo cantar no Imperativo negativo:
Não cantes tu
Não cante você
Não cantemos nós
Não canteis vós
Não cantem vocês
Autor: Geovane Costa
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
www.infoescola.com/portugues/tempos-verbais
/www.soportugues.com.br
fabulasecontos.com. br/verbos
/www.juliobattisti.com.br/tutoriais/jaquelinesilva
http://pt.wikipedia.org/wiki
Nova redação gramática&literatura: aprenda a elaborar textos claros,
objetivos eficientes/Luis Fernandi Mazzarozo,Teresinha de Oliveira Ledo,Davi Dias Camargo.- 2 ed. São Paulo:DCL,2010.
Nova Gramática do Português Contemporâneo/ Celso Cunha,Luis Lindley Cintra-5.ed.-Rio de Janeiro:Lexikon,2008.



LINGUAS&LINGUAGEM: 10 Dicas que te ajudarão a Vencer | Mensagens da Manhã - Fé, otimismo, ajuda, positivas, incentivo, reflexão, Bíblicas.

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sábado, 17 de setembro de 2011

Literatura infantil e os contos de fadas na construção de valores e formação das crianças

Literatura infantil e os contos de fadas na construção de valores e formação das crianças

Autor: GUTEMBERG MARTINS DE SALES

INTRODUÇÃO

O presente trabalho busca oferecer dados sobre a importância dos contos de fadas na formação das crianças, tanto no que diz respeito à aquisição de valores, como na construção do aprendizado e no despertar do interesse pela leitura de maneira intrínseca.

É nesse universo do imaginário que as crianças mergulham no intuito de aproximar sua realidade aos contos da Literatura Infantil e se descobrem enquanto sujeitos da leitura que se apropriam. Acredita-se que os contos de fadas permitem as crianças identificarem-se ou não com as dificuldades ou alegrias de seus heróis, cujos feitos narrados expressam, a condição humana frente às provações da vida.

Acredita-se que as crianças encontram por intermédio dos contos de fadas uma melhor maneira de viver.

Dessa forma, algumas questões tornam-se pertinentes na discussão do papel dos contos de fadas no processo de ensino e aprendizagem das crianças, e que são de certa forma, respondidas de maneira sugestiva para que se possibilitem novos embates sobre o tema abordado. Como surgiram os contos de fadas? Qual sua importância na formação das crianças? A que fatores podem atribuir sua permanência na vida infantil e adulta? Como podemos incorporar os contos no currículo formal das escolas?

As questões nos permitem inúmeras reflexões, todavia, o foco primordial desta pesquisa é analisar documentos que permitem entender a genuinidade dos contos de fadas na vida das crianças e oferecer mais uma ferramenta indispensável para seu processo de formação e aprendizado.

LITERATURA INFANTIL E OS CONTOS DE FADAS NA CONSTRUÇÃO DE VALORES E FORMAÇÃO DAS CRIANÇAS

Os estudos de Pimentel (1999, p. 25) realizados sobre literatura infantil demonstram que a literatura infantil se transformou nos países industrializados em um rico filão para ser explorado, na área de alfabetização visando uma boa escolarização da criança. Tendo em vista que esse gênero literário se destina a recrear e emocionar a criança, segundo a autora, é importante pontuar que um bom livro seria agradável e apreciado tanto por adultos como por crianças. Nesse sentido a escritora conclui que existem livros, que são aceitos como fazendo parte da literatura infantil que são pueris, tem uma linguagem carregada de diminutivos, não oferecem um sentido à trama e têm diálogos frágeis, ou seja, são livros que tratam a criança como se ela fosse um ser sem inteligência. A autora explica que é no encontro com qualquer forma de literatura que os homens têm a oportunidade de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida. Mas, demonstra também, que a literatura infantil, por iniciar o homem no mundo literário, é utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, servindo como meio de transmissão de valores e ideias de
submissão. Explica ainda que quando são desvendadas as ideias que existem subjacentes a histórias, nos contos de fadas, é possível se expandir a capacidade da pessoa de pensar, refletir e raciocinar. Esse entendimento possibilita ao leitor entender as ideias e lhe dá uma maneira nova de analisar o mundo. Desta maneira, assevera que é fundamental perceber que a literatura precisa ser encarada sempre, por professores, psicóloga e estudiosa em geral, de modo global e complexo, em toda sua ambiguidade e pluralidade.

Até bem pouco tempo, segundo Coelho (2003) a literatura infantil era considerada como um gênero secundário, e vista pelo adulto como algo pueril, uma história sem outro valor senão
distrair e encantar as crianças. Para investir na interpretação do texto literário dentro dessa realidade, é necessário conhecer as obras infantis que abordem questões e problemas universais, inerentes ao ser humano. Por meio do prazer ou das emoções que as histórias proporcionam, o simbolismo que está implícito nas tramas e nos personagens vai agir no inconsciente, atuando pouco a pouco para ajudar a resolver conflitos interiores, os quais são normais nas crianças.

Segundo Bernardo (apud ARCURI 2004, p. 121) toda vez que a pessoa se abre ao inusitado, ao novo, dando asas à imaginação e ao seu poder criador ela se permite ser transformada em seu crescimento e no seu autoconhecimento. Essa abertura não se esgota apenas em seu "eu", na sua própria pessoa, mas estende laços que se entrelaçam com outras pessoas, caminhando até o infinito. Essa é segundo o autor, uma maneira de se tecer o próprio destino, recompondo a vida no resgate dos arquétipos herdados dos ancestrais e permitindo-se se ver sem máscaras ou fantasias. A literatura infantil tem também esse poder de resgatar sonhos e fantasias que estão incrustadas no inconsciente, pois logo que a criança começa a andar e explorar o mundo que se estende à sua volta ela se depara com alguns problemas complexos, que é a formação de sua identidade.

A criança se olha ao espelho, vê alguém semelhante a si mesma, segundo Bettelheim (1992, p. 177) uma figura que está colocada atrás do vidro do espelho. Tenta descobrir quem a está mirando, busca entender se a outra criança é como ela, movendo-se no mesmo ritmo e fazendo as mesmas coisas e trava o primeiro contato com o dilema de sua identidade. O autor explica que nascem outras dúvidas relativas à vida, sobre a criação de homens e mulheres, pessoas e animais, sobre a bondade e a justiça, e até uma preocupação sobre o que a vida lhe reserva. Essas são questões que deixam confusa a criança e para as quais apenas os contos de fadas oferecem respostas, pois toma consciência delas ao acompanhar a narrativa do adulto.

Tanto para o professor como para o adulto que se ocupa em contar a história e lhe dar vida, as respostas que os contos de fadas oferecem são fantásticas e não correspondem à realidade, pois suas soluções sob o ponto de vista do adulto são erradas. Por isso, muitos adultos, inclusive professores, segundo Bettelheim (1992, p. 60) se negam a transmitir para criança o que denominam de "falsas noções". O autor, porém comprova por meio de experiências com crianças de idades variadas que as explicações realistas, com cunho
científico é que são incompreensíveis para criança, porque elas ainda não dominam conceitos abstratos.

As pessoas adultas consideram que devem entrar em detalhes científicos quando estão explicando algo à criança, mas Bettelheim (1992, p. 63) enfatiza que as explicações científicas necessitam de pensamento objetivo, algo que a criança ainda não tem. A literatura infantil e, principalmente, os contos de fadas podem ser fundamentais para a formação da
criança em relação a si mesma e ao mundo à sua volta. Segundo Coelho (2003, p. 33) "O maniqueísmo que divide as personagens em boas ou más, belas ou feias, poderosas ou fracas, facilita à criança a compreensão de valores básicos da conduta humana ou convívio social".

Isso ocorre, conforme Bettelheim (1992, p. 15) porque é uma característica presente nos contos de fadas colocarem dilemas existenciais de maneira categórica. Essa forma de apresentar os problemas simplifica todas as coisas, torna para a criança, a vida menos
complexa, embora bem e mal sejam onipresentes e a propensão para acompanhar um ou outro caminho esteja constantemente gerando conflito para o homem. Essa dualidade que existe durante toda a existência envolve o conceito de moral e exige do ser humano uma definição, é o que lembra o autor.

Nos contos de fadas o mal comporta uma sedução, ele atrai as pessoas, e por um espaço de tempo ele se manifesta vitoriosamente (o poder maléfico da madrasta, que engendra o seu mal no intuito que o príncipe não encontre Cinderela para que experimente os sapatinhos de cristal). Por isso, Abramovich (1997, p. 122) considera fundamental que se respeite os elementos do conto, suas facetas de crueldade, angústia, pois entende que essa é uma maneira de se considerar a integridade dos contos, sua inteireza, o corpo da narrativa, pois é inadmissível para a autora, que o contador ou o leitor (no caso o professor ou a mãe) tente adocicá-lo retirando de sua essência conflitos necessários.

Abramovich (1997) enfatiza que não se mutila uma obra alheia, pois se removem dela todos os conflitos essenciais, transformando sua densidade e seu significado. A autora expressa à convicção que a dicotomia que é transmitida através de uma linguagem simbólica, não prejudica a formação da consciência ética da criança. O que as crianças encontram nos contos de fadas são, categorias de valor perenes. Os contos que surgiram no processo histórico de composição dos contos de fadas, por conter um ensinamento em sua base já se vinculavam à educação.

Para que isso aconteça, segundo Abramovich (1997, p. 20) tornou-se desejável que ao contá-lo houvesse um clima de encantamento envolvendo a criança em magia e sedução. A autora enfatiza que ainda hoje, os contadores de história precisam estar atentos à importância das pausas, dos intervalos de leitura, do respeito que se deve ter ao imaginário infantil. Lembra ainda que contar histórias é uma arte que pode ser aprendida e que deve ser levada a serio, com atenção e carinho. É esse cuidado ao narrar o conto, conforme Abramovich (1997) que permitirá à criança criar os cenários em sua imaginação, visualizar aquilo que está sendo relatado, muitas vezes, de uma forma tão vívida, que chega a dar oportunidade de experimentar os mesmos sentimentos que os personagens estão vivendo. Nesse clima, a criança, segundo ainda a autora produz um cenário especial, veste suas
princesas de encantamento e magia, pensa nos rostos que estão sendo descritos, dando-lhes feições e características e chega a sentir o vento que o galope do cavalo traz aos seus ouvidos.

Nesse pormenor, um detalhe é importante para a autora, que enfatiza o cuidado que deve ter o contador de histórias de evitar descrições dos detalhes, de modo longo e muito elaborado,
pois eles devem ficar restritos à imaginação infantil, à criação da mente da criança, permitindo vôos necessários. Além disso, é importante que o professor tenha conhecimento que o processo de criação das histórias nasceu da palavra viva e animada fornecida pelo mito, e deste evoluiu para o conto.

Através do conhecimento fornecido pelo mito e pelas analogias que eles permitem há possibilidade de um resgate das emoções e se iluminam potenciais que de outra forma permaneceriam escondidos da própria pessoa. Problemas como a riqueza, o trabalho, os poderes são elementos que se situam na base de todos os contos. Isso demonstra que
essas histórias não são apenas criações da imaginação, mas nasceram de acontecimentos reais que o povo recolheu e guardou e que mais tarde formou, na base, a moral da sociedade.

Historicamente o conto atuava como veículo de transmissão de ensinamentos de valores morais e éticos ou como concepções de mundo na tradição oral dos povos, sendo fortalecido na memória de consecutivas gerações como uma espécie de legado que passava de pai para filho. Nesse contexto, torna-se difícil estabelecer, precisamente, quantas e quais funções o conto deveria servir na estrutura das sociedades primitivas. Com ele, fundamentava-se a religião, passava-se noção do bem e do mal, estimulava-se a formação de um senso de justiça natural com o qual as crianças eram alimentadas. Havia nitidamente uma ação de ordem educativa, consciente e ao lado desta, uma necessidade básica de sonho e fantasia a que os contos de fadas correspondiam.

Por essa razão, ainda hoje, torna-se fácil conhecer um conto de fadas, pois, em suas histórias os animais falam, as fadas madrinhas realizam desejos e os reis e as rainhas estão presentes, muitas vezes transpirando maldades. As histórias quase sempre começam pelo bordão "Era uma vez", se realizando muito longe daqui. Os nomes dos personagens são de fácil memorização e esse fato faz com que a narrativa seja apropriada à oralidade.

Essa fantasia pertence segundo estes autores, ao gênero literário mais rico do imaginário popular e como mecanismo psicológico auxilia o homem a vencer suas reais dificuldades, pois apresenta soluções para elas. Assim quando uma pessoa lê o conto "Cinderela" à
personagem representa o desejo que todo ser humano tem que o mais fraco vença as disputas e até inconscientemente que possa urdir uma vingança contra quem a maltrata, por ser a pessoa menos favorecida e mais frágil. As crianças se identificam com os heróis e experimentam múltiplas emoções quando ouvem um conto de fadas, sentem medo ao ver as irmãs maltratarem Cinderela, manifestam ódio à madrasta que impede Cinderela de ir ao baile, e vivem a mesma angústia detalhada no conto quando a personagem se vê sozinha em casa na noite do baile.

Um professor que deseja levar seus alunos a experimentar os sentimentos e as emoções dos personagens das histórias, precisa segundo Abramovich (1997, p. 20) modular sua voz ao dar vida às falas e representações: sussurrar quando o momento leva o personagem a falar baixinho, ou mesmo está pensando em alguma coisa extremamente importante para a
condução do foco narrativo. Também nos momentos de dúvida e de reflexão a entonação de voz deve acompanhar o movimento da história, assim como é importante o uso das onomatopéias, os espantos, o susto, a expressão facial que acompanha o relato, tudo deve concorrer para levar a criança ao encontro da magia que está expressa no conto de fadas.

Nessa maneira de relatar os contos, na confecção de máscaras que permitam a reconstituição da história torna-se possível reconhecer e dar voz a outras manifestações da própria personalidade, iluminando potenciais que se desmembraram ao longo da vida.

Para Machado (apud BENCINI 2005, p. 52) além da riqueza literária que representam os contos de fadas eles são essenciais para a formação da personalidade infantil, pois as crianças experimentam sentimentos negativos durante seu crescimento, e com o auxílio do
"Maravilhoso", "Mágico" aumentam seu repertório sobre o mundo e ampliam a força de suas emoções, enquanto interiorizam as normas sociais.

Para Abramovich (1999, p. 121) os contos de fadas estão envoltos no ambiente necessário para que a criança perceba que não pode viver indefinidamente no mundo da fantasia. Por isso eles mantêm uma estrutura fixa: parte de um problema que está ligado à realidade vivida pelo personagem (penúria, carência afetiva, conflitos familiares) algo que causa um
desequilíbrio ao clima de tranqüilidade com que se iniciou a narrativa. O desenvolvimento da história caminha em busca de uma solução, ainda no plano da fantasia, e nesse momento entram em cena elementos mágicos: anões, bruxas, magos, duendes e fadas que ou auxiliam ou atrapalham o desenrolar.

Logo a história segue para o seu desfecho quando acontece à restauração da ordem e se volta ao real. Partindo dessa trajetória os autores vão ao encontro do potencial imaginativo que a criança tem, mas também demonstram que ela não pode ficar indefinidamente no mundo da fantasia. Por isso, Abramovich (1999, p. 121) enfatiza: "por lidar com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje".

Os contos de fadas têm uma singularidade que os fazem diferentes das demais histórias e não é o fato de possuir duendes ou fadas atrapalhadas que fazem de "um conto qualquer" um "conto de fadas". Por isso Abramovich (1999, p. 121) declara que a "a magia não se encontra no fato de haver uma fada já anunciada no título, mas na sua forma de ação, de aparição, de comportamento, de abertura de portas". Essas ideias ganharam corpo após os estudos de Bruno Betelheim que declarou ser esse tipo de leitura o mais enriquecedor e satisfatório para ensinar sobre os
problemas internos dos seres humanos. O autor demonstra que os contos fazem as pessoas aceitarem suas diferenças intrínsecas e apresentam soluções em qualquer sociedade e em todos os tempos para os conflitos que são inerentes à pessoa humana.

Bettelheim (1992) enfatiza que para a criança aceitar essa diferenciação, que o auxilia, a crescer como pessoa, construindo sua própria identidade, ela precisa encontrar na leitura uma definição para as situações que acontecem no cotidiano, através das trocas de papéis que são experimentadas e vividas por ela ao se imaginar no lugar da personagem da história. Essa também é a ideia de Abramovich (1997, p. 30) ao demonstrar que alguns autores hoje utilizam elementos como estrelas, sinos, torres, gatas com óculos, lira no telhado para passear na imaginação dos leitores, com sugestões que devem ser digeridas devagar, dando perspectivas inteligentes ao olhar que se renova através do roteiro criativo e bem feito.

Bettelheim (1992, p. 161) demonstra que as reações das crianças ao ouvir histórias fantásticas são de segurança, de conforto, pois elas sentem que estão superando dificuldades que não compreendem quais são e onde se localizam, apenas sentem uma sensação de bem-estar. Por isso, estas histórias possuem méritos definitivos. O autor declara que algumas crianças conseguem contrabalançar o impacto difícil vivido pela realidade que se mostra árdua, com as esperanças e promessas contidas nos contos de fadas.

Por vezes, a realidade da vida é demasiado cruel para uma criança que pode estar atravessando momentos difíceis de perdas, entes queridos, novos relacionamentos, entrada de elementos estranhos em uma relação estável e com isso separação, divórcio, são momentos dolorosos, como demonstra no conto de Cinderela, o falecimento de seu pai, a crueldade de sua madrasta e suas filhas ao encarar uma nova realidade tão severa, mas que por seus doces méritos consegue lutar e vencer a crueldade. Fugir para a magia dos contos de fadas e se refugiar neles significam sentir renascer a esperança e viver através de convicções e certezas que sustentam e dão força à criança.

É possível entender que a criança em contato com o mundo dos contos de fadas encontra com mais facilidade o espaço pessoal para que sua identidade possa ser melhorada, e estimulada. Com isso, ela se sente mais confortável para exercer as múltiplas e diferentes funções que encontra em sociedade, aprendendo formas de comportamento que permitirão que interaja em sociedade, com os mais diversos tipos de indivíduos (BETTELHEIN, 1992, p. 162).

Para Abramovich (1999, p. 123) os contos de fadas falam dos medos que cada pessoa enfrenta na vida, daquilo que realmente a assusta e que é diferente do que causa medo ao seu vizinho. Traduzem os "medos dos silêncios imensos que abafam os gritos" segundo a autora ou então daquele medo que permite "procurar a pessoa amada atrás de uma máscara, mesmo tendo sido solicitado que ela nunca fosse retirada, acaba revelando ou provocando, ao não ser o pedido respeitado um momento de horror.

Com isso, também os contos retomam a eterna busca que move o ser humano na sua caminhada como lembra o conto de Andersen "Os sapatos vermelhos", conforme Abramovich (1999, p. 124). Na história a criança ao ficar órfã é recolhida por uma velha e enganando-a consegue comprar os sapatos vermelhos que sempre desejou que cobiçasse a vida toda. Mas os sapatos (que parecem de baile) a fazem dançar interminavelmente, sobre os mais diferentes pisos, destroçando os seus pés. O horror só termina quando um anjo se compadece dela e corta seus pés. De muletas, inválida e doente ela descobre que conquistou o perdão da aldeia, de sua mãe adotiva e com medo (da cobiça, do desejo, e também da culpa que carrega) ela jamais pergunta pelo sapato vermelho. A angústia causada por seu próprio medo oriundo da posse do objeto desejado (a culpa envolvida deve ser trabalhada pelo professor ao relatar o conto), assim como os valores que ela perde e encontra no interior da própria família, são elementos fortes que devem ser utilizados no momento do conto. Esses momentos permitem à criança entender e processar seus sentimentos, seus medos e suas fobias.

Os contos de fadas abrem a possibilidade de a criança perceber que a madrasta (a bruxa) que tem em casa é melhor que a bruxa (madrasta) do conto que lê e essa sensação fortalecem seus sentimentos dando-lhe valores que a sustentam. A satisfação fantasiada fornece combustível para a esperança de dias melhores, embora essas esperanças sejam limitadas e provisórias elas dão mecanismos compensatórios importantes para paz familiar
(BETTELHEIN, 1992, p. 161).

Para Abramovich (1997, p. 121) não só sobre o medo se aprende em família, riquezas, os sofrimentos que existem e fazem parte do cotidiano, as entregas, doações, valores, entre outros. Na sociedade atual a escola valoriza a hora da história, o momento do conto como uma atividade essencial para a criança, para através de ele promover o processo de mudança de um estágio para outro, superando a instabilidade que ela vive.

No decorrer de sua vida, a criança vive fases de instabilidade que se formam e levam a processos de separação-individualização. Isto é possível quando a criança aumenta seu repertório de conhecimentos sobre o mundo e transfere para os personagens seus principais dramas. Na infância, o que as crianças mais temem é a separação dos pais. Esse drama existencial surge no princípio de inúmeras historiam infantis, combinando e tecendo teias onde a agressividade, o descontentamento com irmãos e com os pais é vivenciado de uma
forma amena pela fantasia.

Rejeição, rivalidade são vistos e trabalhados em contos como Cinderela mostrando que esses sentimentos se modificam. A leitura de histórias infantis aponta padrões sociais e comportamentos que estão cristalizados em uma personalidade, sendo substituídos por outras atitudes e comportamentos com características novas, diferentes das anteriores. Assim o objetivo de moças ingênuas como Cinderela é encontrar seu príncipe e viver feliz para sempre, uma recompensa devida, pois ela é boa, paciente, meiga e amiga. Já os personagens maus (madrasta e sua filhas), se deparam com situações difíceis, dramáticas,
onde os finais nem sempre são muito agradáveis. Ou então falam de anseios, conforme Abramovich (1997, p. 126) momentos densos, de querência, de entendimentos silenciosos que as pessoas atravessam até chegar à plenitude do amor verdadeiro.

Os contos para Bettelheim (1992, p. 161) também mostram para criança que não é necessário suprimir a fantasia, ainda que sejam fantasias de vinganças dos pais. Quando está em seus momentos mais lúcidos, suas idéias de vingança são reconhecidas como injustas, pois seus pais lhes fornecem carinho, abrigo, proteção. Se a criança se permite viver através dos contos de fadas as fantasias repreensíveis contra os pais ela não teme a retaliação e nem viver sentimentos considerados imorais. Por isso, por tantos séculos a idéia dos contos de fadas continua a manter um canal aberto para a criança vivenciar sentimentos que não consegue ou não pode expressar.

Para Bettelheim (1992), tanto no século XVII quando esses contos foram criados voltados para a vida camponesa, como na atualidade, as histórias vêm mostrar às jovens que não devem andar sozinhas, pois se colocam à mercê do Lobo Mau. Nessa afirmação ele demonstra que os contos servem para instruir e educar, muito mais que divertir. Assim como também são utilizados para romper, transgredir com a dureza que se instala no cotidiano e pode ser vista nas ciências, na política, na moda e que pode ser quebrada, rompida, estraçalhada, dependendo da vontade de quem está compondo a sua história.

Para isso Abramovich (1997, p. 137) explica que os contos de fadas demonstram que "imaginar é também recriar realidades",em momentos que eternizam o humor, a ironia, o engraçado. A autora enfatiza que existem autores que em sua criação permitem um ritmo frenético, uma agitação que contaminam o leitor, fazendo-o seguir o compasso da história e não conseguir se desligar dela.

Este processo físico e psicológico acontece de modo desigual em cada criança por um período indeterminado de tempo e os papéis que absorvem nas histórias infantis se cristalizam em inter-relações. Esta forma de proceder vai estar diretamente ligada à possibilidade da criança adquirir novos conhecimentos, buscando sua própria identidade e construindo sua personalidade. É usado nessa composição, o verso, a rima, o ritmo, a cadência que se torna importante fator da história. Os elementos auxiliam a compor ou a
desmantelar as expectativas de comportamento. Além disso, é preciso que se tenha em conta que, os conflitos são únicos, eles surgem como dimensão da construção da individualidade. Isso faz com que os indivíduos estejam continuamente avaliando suas relações e o equilíbrio existente entre a unidade familiar e o crescimento individual, favorecendo a compreensão geral.

Nos contos de fadas, acontece uma mistura de fantasia ilógica e de lógica na realidade assim como acontece na vida e na essência familiar. Demonstra que, da mesma forma, também na família há múltiplas maneiras de interação que, estão continuamente ocorrendo, por vezes de forma simultânea. Elas podem ser desencadeadas pela forma como os pais se relacionam, ou pela maneira como tratam seus filhos, e dependem do aspecto de modernização vivido pelos membros da família.

Esses relacionamentos são percebidos nos laços familiares, que assumem as diversificações que ocorrem no mundo ao redor das pessoas. Para a criança as ações dos mais velhos são incompreensíveis e ilógicas, algo que alguns autores trabalham com grande propriedade (ABRAMOVICH, 1997, p. 58).

Em seus contos, os escritores conseguem fazer com que a entrada e a saída das pessoas, a mistura de pessoas e animais que convivem sem preconceitos, as formas como essas personagens falam, resmungam, comem, cansam demonstram para as crianças que a vida pode comportar essa mistura sem que se percam os caminhos que existem para serem trilhados. Para Bettelheim (1992, p. 155)"à medida que a criança cresce consegue satisfações emocionais com pessoas, que não fazem parte de sua família e essa sensação supre a desilusão que ela tem com seus pais". O autor enfatiza que a criança se desencanta com os pais porque eles não suprem suas fantasias e expectativas infantis, o que faz com que sozinha ela se torne capaz de suprir necessidades que possui. Demonstra ainda, que o papel do conto de fadas também está centrado na aprendizagem das relações afetivas, sejam elas de amor e ódio, pois são elas que preparam o homem para estabelecer um tipo de laço afetivo da maturidade (BETTELHEIM, 1992, p. 161).

Essa criança vai adquirindo mais habilidade e pode realizar coisas que antes não fazia. Embora faça parte do crescimento à mudança de relações causa um grande desapontamento na criança e fica ainda mais grave porque ela é causada pelos pais que até esse momento eram os seus grandes provedores. Por isso sentimentos como frustração, desespero e decepção são experimentados por essa criança que manifesta explosões temperamentais, demonstrando assim que não consegue sozinha mudar as difíceis condições que atravessa. Conforme Bettelheim (1992, p. 157) esse é o momento em que a criança começa a fantasiar e acreditar nas fantasias que forma e vive mais presa ao futuro, fugindo das angústias de um presente que não a agrada. Nesse momento, segundo o autor ela começa a manejar os acontecimentos conforme deseja e antecipa as vitórias que quer
alcançar.

Bettelheim (1992)indica que a pessoa passa por diferentes etapas, onde suas relações com o mundo físico e social são determinadas pela familiaridade que tem com os contos de fadas, com o "Maravilhoso", com o fantástico em sua formação. A criança vive avanços e
retrocessos em seu desenvolvimento particular e os diferentes ritmos se constitui em uma forma sadia de crescer. Assim, muitas vezes ao sentir as insatisfações que surgem quando se vê dominada e cercada por adultos é comum que ela construa para si um reino imaginário, ali decida e dê suas ordens com autonomia.

Considera-se decisivo que esse desenvolvimento se processe de forma integrada, através da interação com o adulto e com as demais crianças, pois nessas relações sua personalidade se constrói pouco a pouco. Na medida em que ela expressa seus pensamentos através de símbolos representando objetos e atividades ausentes, acrescentando novos valores, opiniões, atitudes à sua maneira de se expressar e aos comportamentos e valores que tinha desenvolvido, a criança combina, o velho e o novo, modifica e estrutura uma personalidade individual que vai mostrar características novas, diferentes das anteriores.

Egan (2007) acredita que a arte de ouvir histórias é um treino para a imaginação, e a habilidade de acompanhar histórias estimula e desenvolve o modo narrativo da mente e sua capacidade de criar sentido e significado, ao perceber que as histórias têm diferentes momentos, desenvolvidos por meio de ações sequenciais entre si, no qual as crianças podem dar vazão natural à organização de seus pensamentos, desenvolvendo e enriquecendo sua expressão verbal e escrita.

A criança entende que a história de contos de fadas garante a ela que um dia poderá construir seu reino, sua própria vida onde irá necessitar de toda força de sua personalidade, um momento em que seus conflitos estarão se resolvendo. Nesse "seu reino" poderá viver e agir sabiamente, conseguindo como os heróis que conheceu nos contos de fadas construírem sua maturidade. Este é um processo físico e psicológico que se estende de uma maneira desigual por um período longo e indeterminado de tempo. Essa mudança significa experiências e informações novas que ampliam sua criatividade e que a auxiliam a estabelecer harmonia em seu crescimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando-se que o mito, a fantasia, o inusitado fazem parte da formação da pessoa humana, pois é através da simbologia que a pessoa representa e exprime seus pensamentos, desde muito nova. Por isso, os contos infantis ajudam na aquisição do conhecimento e levam a pessoa a conviver harmoniosamente consigo mesmo compreendendo seus conflitos e superando-os na medida em que cresce cognitivamente e estrutura sua personalidade.

Portanto, é essencial se compreender todo o potencial que está resguardado pela simbologia dos contos de fadas. Também é possível aos pais, avós e professores perceber que contar histórias é necessário, pois esse momento se converte em um precioso auxiliar do desenvolvimento infantil.

Conclui-se que os contos têm o poder de tocar profundamente as crianças, no seu desenvolvimento, e no momento que a criança passa a ter contato com os contos de fadas inicia-se um processo de construção do "eu", assim os contos despertam a fantasia e a imaginação sendo possível com que ela tenha seu processo de autovalorização, tornando consciência, por meio da fantasia e situações inconscientes.

REFERÊNCIAS

ABRAMOVICH, F. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Editora Scipione, 1997.

ABRAMOVICH, F. O estranho mundo que se mostra às crianças. São Paulo: Summus, 1999.

BENCINI, R. Era uma vez... O maravilhoso mundo dos contos de fadas e seu poder de formar leitores. Revista Nova Escola. São Paulo, nº. 185, p. 52-54, Setembro/ 2005.

BERNARDO, P. P. A mitologia criativa e o olhar. In: ARCURI, Irene. Arte terapia de Corpo e Alma. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

BETTELHEIM, B. Psicanálise dos contos de fadas. 9. ed. Trad. Arlene Caetano. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

COELHO, N. N. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2003.

CUNHA, M. A. A. Literatura Infantil teoria e prática. 18. ed. São Paulo: Ed. Ática, 2003.

EGAN, K. Por que a imaginação é importante na educação? In: FRITZEN, Celdon; CABRAL, Gladir da Silva. Infância, imaginação e educação em debate. Campinas: Papirus, 2007.

LOBATO, M. Contos de Grimm. São Paulo: Nacional, 2005

PIMENTEL, L. G. Introdução à literatura infantil e juvenil. São Paulo: Pioneira, 1999.

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Perfil do Autor

SALES, Gutemberg Martins de - Prof. da Rede Pública e Privada do Estado de São Paulo - Graduado em Matemática e Fisica pela Universidade Guarulhos - ung e Pós Graduado em Matemática, Docência do Ensino Superior e Pedagogia com Administração e Supervisão Escolar pela Universidade Iguaçu - UNIG.

A ORALIDADE E A ESCRITA NA SALA DE AULA NA LITERATURA INFANTIL

A ORALIDADE E A ESCRITA NA SALA DE AULA NA LITERATURA INFANTIL

Autor: Andreza de Araújo Pimentel

INTRODUÇÃO

O trabalho de pesquisa e elaboração das práticas com a literatura infantil em sala de aula é de suma importância, pois, inicia o homem no mundo literário e deve ser utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo.

É no encontro com qualquer forma de literatura que os homens têm a oportunidade de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida. Nesse sentido, a literatura apresenta-se não só como veiculo de manifestação cultural, mas também, de ideologias. Até pouco tempo a literatura infantil era considerada como gênero secundário, era vista pelos adultos como uma forma de entretenimento. Como valorização da literatura infantil; como formadora de consciência dentro da vida cultural das sociedades é bem recente.

O caminho para a redescoberta literatura infantil, em nosso século foi aberto pela psicologia experimental, que revelando a inteligência como um elemento estruturador do universo, que cada indivíduo constrói dentro de si; chama a atenção para os diferentes estágios de seu desenvolvimento da infância à adolescência. Pois a sua importância é fundamental para a evolução da personalidade do futuro adulto.

A sucessão das frases evolutivas da inteligência ou estruturas mentais é constante e igual para todos. As idades correspondentes a cada uma delas podem mudar, dependendo da criança, ou do meio que ela vive.

1-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A literatura infantil, por iniciar o homem no mundo literário, deve ser utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo. Sendo fundamental mostrar que a literatura deve ser encarada, sempre de modo global e complexo em sua ambigüidade e pluralidade.

Para Rubem Alves (2004)

"A leitura e a escrita começa quando a criança fica fascinada com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Pois não são as letras, as silabas e as palavras que fascinam. É a história. A aprendizagem da leitura começa antes da aprendizagem das letras: quando alguém lê e a criança escuta com prazer. Acho que as escolas só terão realizado a sua missão se forem capazes de desenvolver nos alunos o prazer da leitura. O prazer da leitura é o pressuposto de tudo o mais. Quem gosta de ler tem nas mãos as chaves do mundo".

Entretanto, o autor destaca que a leitura vem a ser uma forma de onde poderemos aprender a compreender as coisas que nos rodeiam. Sendo que com a leitura podemos ir longe.

2-AS DIFICULDADES DOS ALUNOS EM APRENDER

As principais dificuldades dos alunos esta voltada para a escrita e a oralidade, ou seja, a obstinação com que os educadores se fixam na escrita, para resolver as questões relativas à alfabetização. É um erro estratégico para o processo, que pode ter efeito contrário sobre os alunos, principalmente entre aqueles que provêm de ambientes pouco afeitos à leitura. Quem defende a tese é Claudemir Belintane, professor de Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa da Faculdade de Educação da USP.

O instrumental oral tem muita relação com os livros. Tem a contação de história em voz alta. A professora pode contar uma história de diversas maneiras. Pode começar contando as partes mais interessantes, voltar a ler, parar de ler, voltar a contar. Pode dividir a história em partes para que os alunos as percebam. Cada um narra um pedaço. No caso dos três porquinhos, por exemplo, cada um pode narrar a chegada do lobo a uma casa. É importante ter essa idéia de coerência e progressão do texto. Boa parte das crianças que chega à escola com 5 ou 6 anos faz uma narrativa simples e salta direto para seu motivo principal: o lobo já vai assoprar a terceira casa sem ter passado pelas outras. O repertório é muito pequeno, inclusive dos professores. Parece restrito aos textos mais conhecidos e que os alunos aprendem não pela oralidade, mas pelo cinema, pelos DVDs, como "A Branca de Neve", "A Cinderela". É o mundo Disney.

Trabalhar com a literatura infantil na escola é abrir as cortinas do mundo para uma platéia de seres que buscam a construção do ser como sujeitos de uma sociedade. Cabe ao professor deixá-los sedentos de descobertas. Através da leitura como ação haverá a reflexão, e por fim a aprendizagem. A literatura infantil fará com que essa aprendizagem sirva para a constituição de sujeitos que simplesmente não pertençam a uma sociedade, porém, a questiona e a transforma.

Antunes Irandé (2002) tem "como ponto de sustentação mais ampla, o princípio de que é o aluno o sujeito da aprendizagem que acontece, ou seja, é ele quem realiza, na interação com o objeto da aprendizagem, a atividade estruturadora da qual resulta o conhecimento".

Através do aluno se realiza a aprendizagem, ou seja, o aluno e o ponto de partida, o professor tem como objetivo incentivar o aluno para que esse possa ampliar o seu conhecimento para progredir no processo educacional. Sendo voltada para a leitura, com o intuito de provocar o interesse nos mesmos, para que eles possam buscar em livros novas descobertas.

2.1-A ESCRITA E A ORALIDADE DA CRIANÇA

A compreensão da escrita como um sistema de representação da fala pressupõe uma dupla consciência, conforme COLELLO (1995).
Em um primeiro momento, o indivíduo deve perceber a estreita relação entre a oralidade e a escrita. Embora esta seja uma idéia bastante óbvia para o adulto alfabetizado, ela não é um consenso entre as crianças pequenas, que costumam buscar na palavra escrita algum indício do objeto. O entendimento de que o simbolismo das letras independe do objeto resulta na descoberta de que a escrita é o "desenho" das palavras, isto é, da sua estrutura sonora.

Entretanto os PCNS colocam que cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral no planejamento e realização de apresentações públicas: realização de entrevistas, debates, seminários, apresentações teatrais. Trata-se de propor situações didáticas nas quais essas atividades façam sentido de fato, pois é descabido treinar um nível mais formal da fala, tomando como mais apropriado para todas as situações. A aprendizagem de procedimentos apropriados de fala e de escuta, em contextos públicos, dificilmente ocorrerá se a escola não tomar para si a tarefa de promovê-la.

Ainda que vinculada à oralidade, a escrita tem a sua própria história, cujo seu desenvolvimento é dado, pela percepção de que fala e escrita são sistemas relativamente autônomos, com características próprias, servindo a diferentes propósitos. A escola necessita de elementos que façam cumprir este ideal. Sendo assim, pode contar a principal função da literatura infantil, refletindo sobre a realidade, desmontando-a e remontando-a na busca de formação de opiniões críticas que questionem a situação real em que se vive.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A literatura infantil permeia todo o processo de construção da leitura, portanto, sua importância dentro da escola é indiscutível. Contudo, vale lembrar que o trabalho não se limita a ler histórias, é preciso preocupar-se com a qualidade da leitura, adequada à faixa etária e, sobre tudo, estimular os alunos para o momento da leitura em sala. Sabemos que existem produções de qualidade para crianças, dando muitas possibilidades de desenvolver um bom trabalho. Nesse contexto, percebe-se quanto os alunos podem aprender vivenciando as histórias infantis ou refletindo sobre elas.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua portuguesa: 3º e 4º Ciclos do Ensino Fundamental. MEC/SEF, 1998.

ANTUNES IRANDÉ. Aula de Português. 2ªed. Contexto 2002.

RUBEM ALVES. Gaiolas ou Asas- A arte do vôo ou a busca da alegria de aprender. Porto, edições Asa, 2004.

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